Os servidores públicos do IBAMA e ICMBio, representados pela ASIBAMA-RJ e ASCEMA NACIONAL, manifestam repúdio pela exoneração da servidora Virgínia Talbot do cargo de Chefe da Reserva Biológica do Tinguá, Unidade de Conservação gerida pelo ICMBio no Rio de Janeiro.
Virgínia Talbot, analista ambiental, servidora de carreira e concursada do ICMBio, desempenhava suas funções com plena aptidão. Sua gestão competente é reconhecida pelos conselheiros da Unidade e colegas de trabalho. Durante sua gestão, organizou os antigos e dispersos arquivos da REBIO, dando sentido à importância da pesquisa para a gestão e manutenção da Unidade. Articulou e organizou com os diversos setores da sociedade as demandas e melhores investimentos para as medidas compensatórias devidas à REBIO Tinguá;
O chefe recém-nomeado, Sr. Emerson Fernandes Lima, foi assessor parlamentar do ex-vereador Marcelo Nozinho (PROS Nova Iguaçu) e teve sua indicação encaminhada pelo ministro Carlos Marun (MDB) junto ao ex-ministro Sarney Filho. Do exposto, a nomeação do novo chefe representa mais um infeliz caso de loteamento das funções públicas para atender a interesses fisiologistas.
Denunciamos à sociedade, à imprensa e ao Ministério Público que a barganha política de cargos públicos da área ambiental tornou-se a regra no país, chegando ao mais baixo escalão para maximizar a capilarização política em pleno ano eleitoral.
No Rio de Janeiro, denunciamos recentemente a ocupação do cargo de Coordenador Regional do ICMBio e dos três últimos Superintendentes do IBAMA para atender a demanda de grupos políticos ligados ao DEM e ao MDB.
Os prejuízos em potencial ao meio ambiente são iminentes, uma vez que compete a tais cargos a interferência na análise de licenciamentos e a aplicação e julgamento de multas aplicadas por crimes ambientais.
Do exposto, repudiamos a exoneração da Senhora Virgínia Talbot do cargo de Chefe da Reserva Biológica do Tinguá, e reiteramos nossa indignação com a falta da observação de critérios técnicos e experiência profissional na nomeação para cargos de alta relevância para o meio ambiente e a sociedade.
Nossos cargos de chefia não podem ser utilizados como moeda política!
Meio ambiente não é mercadoria!
